terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Maya Bay depois de Leonardo DiCaprio

No filme A praia, lançado em 2000, o galã Leonardo DiCaprio interpreta um personagem que, à procura de aventuras exóticas na Tailândia, se envolve em mutretas com traficantes, turistas pentelhos e um grupo de hippies moderninhos (mais pentelhos ainda) que habitam uma ilha isolada e paradisíaca. O título é uma referência à praia cultuada e protegida pelos moradores da tal ilha. Esse paraíso de fato existe e hoje estive lá com a Alice para conferir.
A famosa praia chama-se Maya Bay e está localizada no pequeno arquipélago das ilhas Phi Phi (pronuncia-se pi pi), distante uma hora de barco de Phuket (ilha situada no sul da Tailândia). A curta viagem marítima não oferece grandes percalços (mesmo para aqueles que tomam dramim só de pensar em embarcar) e custa aproximadamente 60 dólares para o casal (1800 baths, moeda local).
De fato, sua beleza é opressora. As rochas altas ao redor quase isolam a praia (a sensação que temos ao assistir o filme é justamente de que a praia é cercada por completo), criando um ambiente único. O mar, fantástico para mergulhadores e praticantes de snorkel, parece uma piscina de água azul. Não é possível hospedar ou mesmo acampar em Maya Bay. Há séria preocupação das autoridades tailandesas em proteger o ambiente (estranho é que a empresa de cinema FOX, quando foi filmar ali, resolveu alterar a vegetação original. E assim o fez. Plantou coqueiros e retirou plantas rasteiras. Dizem que, apesar da recomposição vegetal promovida após o encerramento das gravações, o ecossistema local não se refez. Nessas horas a gente vê como o dinheiro fala mais alto).
Infelizmente, depois da era capriana, a praia deixou de ser um lugar tranquilo. De secreta Maya Bay não tem mais nada. Tornou-se destino obrigatório de TODOS os turistas que vão a Phuket e região. Paz, portanto, nem pensar. Dez minutos depois que chegamos (9 da manhã) já haviam desembarcado umas 200 pessoas. Para tirar foto é preciso sorte no meio da multidão. Isso no período de baixa temporada. Apesar da visita valer a pena pela visão estonteante, fica aquela sensação de Mona Lisa no Louvre, na qual as pessoas parecem estar num lugar cheio de maravilhas, porém interessadas apenas em uma delas, não necessariamente a mais bonita.

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